A vida e a interpretação
- Emily Bandeira
- 2 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 5 de set.

Hoje é um dia despretensioso o suficiente preu finalmente voltar aqui, blogzin, e contar das aventuras linguísticas.
Hoje fiz minha primeira interpretação simultânea (inglês-português) pra FRIDA e senti que um pequeno ciclo se fechou. Essa foi uma instituição importante em meus despertares linguísticos profissionais lá em 2021 e cá me encontro em setembro de 2025, vivendo o que acredito que seja uma vida bonita com as línguas <3
Existe muito amor nesse campo girando dentro de mim. Mas hoje quero escrever especialmente sobre a interpretação. Não papos muito filosóficos e longos sobre a profissão ou sobre o ato-conceito em si. Hoje quero apenas celebrar algumas das delícias que essa jornada tem me trazido até aqui.
Cumpro um ano e alguns meses como intérprete de conferências em Brasília. E aqui vão algumas das coisas pelas quais esse caminho me levou:
Ver mulheres indígenas brasileiras discutindo próximos passos para que tenham seus direitos e cuidados garantidos. Especialmente direitos sexuais e reprodutivos.

O lançamento do centro de estudos sobre drogas e desenvolvimento social comunitário (CDESC)
Acompanhar a presidência-delegação brasileira do Grupo de Trabalho de Empoderamento das Mulheres do G20 por alguns meses (esse aqui é todo um texto a parte

g20 Presenciar conversas e discussões de cientistas latino americanos da Antártica
Acompanhar o lançamento de um relatório muito massa sobre uso da força policial no Brasil, viabilizado pela galera do Instituto Raça e Igualdade
Observar ações do sistema de justiça brasileiro buscando ser melhores (o resumo kkkk)
Interpretar um evento sobre mulheres no setor de saúde muito do massa (onde a gente também levou nossa mostra de cinema Arruda e eu pude fazer os lencinhos-abortistas de lembrancinha do Congresso)

olha o lenço que bonitin <3 Participar de 7489646 reuniões do BRICS sobre todos os temas possíveis, de combustível de foguete à proteção de patrimônios culturais, pode escolher, teve de tudo.
Fazer uma visita guiada louca pelas polícias federais e aprender sobre os laboratórios loucos de investigação (além de atirar c uma glock e visitar igrejas no mesmo dia)
Estar rodeada de um grupo de pessoas trans de toda a América Latina por alguns dias e poder observar suas agendas e movimentos por direitos (além de passear com o grupo pelo congresso nacional num dia muito louco de reunião de prefeitos de todo o país - caos)
Interpretar a ministra da cultura num jantar de gala aí (e interpretar o maestro da orquestra no mesmo dia!)
Visitar cozinhas solidárias do MTST no sol nascente com um bando de gente interessada em coisas massas de sistemas alimentares <3

Fazer 5 dias de interpretação num congresso no meio do cerrado (interpretando sozinha no meio de trilhas, oficinas muito loucas e papos muito interessantes sobre humanos e natureza)

Viajar para Arinos em Minas Gerais e acompanhar uma delegação alemã até a comunidade Borá para conversar com as/os agricultores e aprender de seus quintais e cooperativas <3
É isso, uma pequena lista até aqui de algumas das coisas legais. E claro que teve muito mais, teve muita surpresa, muita aleatoriedade, muita diversidade em meus dias <3
Viva esse novo caminhar :-)
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